Profecia política
Hoje, enquanto cumpria o dever cristão da leitura da Bíblia, deparei-me com uma descoberta tão surpreendente que não pude deixar de escrever a respeito num espaço tão sério quanto o que me é concedido neste blog. Aliás, uma não, duas. A primeira grande descoberta põe abaixo a divisão milenarmente adotada dos livros do Antigo Testamento, que os classifica nos seguintes grupos: Pentateuco (os livros de Moisés), livros históricos, livros poéticos (e sapienciais), e, finalmente, livros proféticos. O Livro do Eclesiastes, cuja autoria é atribuída ao rei Salomão, que viveu no século X a.C., é, na minha opinião, uma das mais belas e enigmáticas porções de toda a Bíblia. E, por suas reflexões sobre diversos assuntos, e sobretudo sobre a futilidade da vida humana neste mundo, é incluído na terceira categoria. Pois eu demonstrarei cabalmente que deveria pertencer à quarta. Sim, pois o caráter profético de uma de suas passagens é tão evidente que não sei como ninguém percebeu isso antes. Não dirijo arrogantemente essa censura a todos os exegetas desse livro que passaram pelo mundo nos últimos três mil anos, já que eu mesmo sou culpado de não ter enxergado essa verdade tão óbvia nas minhas cinco primeiras leituras do Eclesiastes. O fato é que o autor dá um claro sinal de que tinha conhecimento de fatos que só vieram a ocorrer após a Revolução Francesa.
A segunda grande descoberta é que Salomão não apenas conhecia esses fatos, mas fez questão de, usando sua proverbial sabedoria, orientar a humanidade sobre o posicionamento a tomar diante dela. Descubro, para meu alívio, que, mesmo sem levar em conta tão sublime conselho, acabei fazendo a opção correta, de modo que estou livre, pelo menos quanto a esse assunto, de sofrer os tormentos do inferno por heresia. Espero que meus eventuais leitores assumam também a posição certa, antes que seja tarde demais.
Mas do que estou falando, afinal de contas? Não é necessário que eu explique. O texto é por si mesmo tão claro que dispensa qualquer esclarecimento adicional. Transcrevo, portanto, o pronunciamento do primeiro direitista da história. Se ele era conservador, liberal ou fascista, eu sinceramente não sei. Mas informarei os leitores se descobrir a resposta em meio aos meus agora revitalizados estudos exegéticos.
"O coração do sábio se inclina para o lado direito, mas o do estulto, para o da esquerda." (Eclesiastes 10.2)
A segunda grande descoberta é que Salomão não apenas conhecia esses fatos, mas fez questão de, usando sua proverbial sabedoria, orientar a humanidade sobre o posicionamento a tomar diante dela. Descubro, para meu alívio, que, mesmo sem levar em conta tão sublime conselho, acabei fazendo a opção correta, de modo que estou livre, pelo menos quanto a esse assunto, de sofrer os tormentos do inferno por heresia. Espero que meus eventuais leitores assumam também a posição certa, antes que seja tarde demais.
Mas do que estou falando, afinal de contas? Não é necessário que eu explique. O texto é por si mesmo tão claro que dispensa qualquer esclarecimento adicional. Transcrevo, portanto, o pronunciamento do primeiro direitista da história. Se ele era conservador, liberal ou fascista, eu sinceramente não sei. Mas informarei os leitores se descobrir a resposta em meio aos meus agora revitalizados estudos exegéticos.
"O coração do sábio se inclina para o lado direito, mas o do estulto, para o da esquerda." (Eclesiastes 10.2)